Aventura na selva amazônica tem drinques e ar-condicionado
Navio percorre os rios Negro e Solimões integrando o turista à vida selvagem com a comodidade de um cruzeiro de luxo

Pode parecer que segurar jacarés, pescar piranhas e desbravar a selva amazônica no escuro combine mais com um roteiro de cinema do que com um tranquilo passeio familiar.
Mas o que lembra um filme de aventura, daqueles em que só o caçador consegue se salvar, nada mais é do que a programação de um cruzeiro cinco estrelas – sim, cinco estrelas – que navega pelo rios da Amazônia, recentemente eleita como uma das novas Sete Maravilhas da Natureza.
Com mais da metade das selvas tropicais existentes no mundo – abrigo de aproximadamente 4 mil tipos de plantas e 2,5 mil espécies de animais –, o local costuma atrair turistas, em especial estrangeiros, em busca de aventura. Porém, sempre existiu a turma dos que sonham, mas nunca tiveram coragem de enfrentar o calor e os mistérios da região, seja por falta de disposição ou por receio de correrem algum risco.

Já que não há como controlar as altas temperaturas (a média durante o ano é de 34°C) e muito menos o humor dos animais, a rede internacional de hotéis Iberostar resolveu facilitar a vida dos turistas e colocou o navio Grand Amazon para funcionar, transformando-o na principal embarcação de luxo a navegar pelos rios da região.
Assim, dá para aproveitar todas as belezas que a natureza oferece (por meio de passeios guiados a pé ou de lancha) e, ao retornar ao navio-hotel, desfrutar as facilidades do serviço all inclusive, principalmente a culinária amazônica, com os seus pescados de água doce (pirarucu e tucunaré), além das frutas e doces locais (cupuaçu, açaí e sorvetes típicos).
Partindo de Manaus, é possível escolher entre dois roteiros: um que percorre o rio Negro durante quatro noites (saídas às segundas-feiras) e outro, que parte às sextas e navega pelo rio Solimões por três noites. Se tiver tempo, una os dois e passe uma semana aproveitando mordomias como piscina, academia, cabines com varanda, ar-condicionado, entre outros serviços de um hotel de luxo, que se desloca em torno de 100 km do porto. Tudo com muita tranquilidade, já que a correnteza é quase imperceptível.

Mesmo com tantas regalias, a grande atração está do lado de fora da embarcação. Diariamente, cerca de três atividades são oferecidas aos viajantes, independentemente da rota escolhida. Em uma delas, os turistas são levados para um passeio pelos lagos, igapós e igarapés da região, até a casa de um caboclo típico, onde terão a chance de conhecer o modo de vida, os costumes e os cultivos da população local. Uma boa prosa aguarda quem se dispor a interagir com os locais. E um curioso convite também. Geralmente, os caboclos desafiam os visitantes a escalar os açaizeiros no meio da selva. Brincadeira ideal para a garotada (o navio só permite o embarque de crianças acima de 10 anos), que não recusa o pedido e disputa com os nativos de igual para igual.

Outro momento divertido é a pesca de piranhas. E não é preciso ser um craque no assunto para encontrar esse peixe com fama de mau. A espécie costuma dar as caras principalmente na época de cheia (entre os meses de maio e julho) e, claro, depois de comer muita carne vermelha oferecida pelos pescadores.
“As pessoas acham que a piranha pode atacar a qualquer momento. Na verdade, isso só acontece se você cair na água e tiver uma ferida aberta no corpo”, explica Wenceslau Nascimento, um dos guias do Grand Amazon.
Quem não pesca uma piranha pode virar motivo de piada na embarcação, mas não há razão para se preocupar: você pescará algo, mesmo que seja uma sardinha ou um mandi, que serão obrigatoriamente devolvidos ao rio.

Na calada da noite

Ponto alto da viagem, a focagem noturna de jacarés pode causar um friozinho na barriga para os menos corajosos. Por volta das 22h, os viajantes embarcam nas lanchas, encaram as águas escuras e vão atrás das três espécies mais comuns de jacarés da Amazônia (Tinga, Açu Negro e Coroa). Sentados e devidamente protegidos, os turistas procuram atentamente, com a ajuda do instrutor, um brilho ou movimento no meio da escuridão.
Palpiteiros raramente acertam. O olhar certeiro é o do guia, que pede silêncio e captura o animal com as mãos, em um rápido movimento. Com o bicho dentro do bote (os guias são treinados para esse tipo de tarefa), é possível tirar fotos e até tocar no animal, que chega a parecer que está sorrindo com os seus mais de 70 dentes afiadíssimos.

“É raro o jacaré escapar das nossas mãos. Caso isso ocorra, basta levantar os pés e ele não fará nada contra o passageiro”, diz Rafael Estrela, também instrutor do navio-hotel.
Porém, a emoção não termina por aí. Na mesma noite, após o encontro com dois ou mais jacarés – vai depender da sorte e da boa vontade dos protagonistas do espetáculo –, outro momento inesquecível está por vir: no meio do rio Solimões, o guia pede para o piloto desligar a lancha. Novamente, silêncio absoluto. “Vamos escutar a natureza”, diz Estrela. Na maior parte do tempo, ouve-se o barulho de sapos, rãs (que vivem nos topos das árvores), ratos de selva e aves. A sinfonia produzida pelos animais emociona. E também acalma a excitação provocada pela aventura com os jacarés.

Depois da experiência, hora de voltar ao navio, tomar um drique, um banho quente e dormir tranquilamente numa cama twin ou king size. Para desfrutar dessa mordomia é preciso desembolsar R$ 653 em apartamento duplo ou R$ 980 em cabine single (ambos por noite e por pessoa). Crianças entre 10 e 12 anos pagam apenas 50% da tarifa do adulto. Em alguns períodos, a Iberostar realiza promoções para menores de 12 anos, não cobrando diária. Vale checar as oportunidades no site ou com a agência de viagem.
 
Cenário de cinema
 
Outro passeio possível é ver de perto os cenários que revelaram as belezas da floresta amazônica para o mundo, com o filme “Anaconda”, gravado em 1997. Feita em uma hora e livre de obstáculos, a caminhada permite descobrir detalhes de bastidores e imaginar como os atores tiveram de se desdobrar para encarar a selva. No percurso será possível cruzar com grandes e antigas árvores, além de espécies de insetos e aves da região. Se precisar de água, o monitor sempre terá uma garrafa à disposição.
Na sequência, a parada é num restaurante flutuante, que conta com uma loja de artesanato local e vitórias-régias na parte de trás. Se tiver sorte, poderá encontrar com algum mico-leão-dourado. E se for ainda mais sortudo, verá um simpático boto cor-de-rosa nadando pelo rio. Antes de partir, não deixe de presenciar o nascer do sol. Mesmo tendo de acordar bem cedo, vale pelas fotos. Assim como o encontro dos rios Negro e Solimões, visto do último andar do navio antes de retornar ao porto de Manaus.

Serviço


Quem leva:
Iberostar Grand Amazon

Partidas:
durante todo o ano com saídas às segundas-feiras (rio Negro, quatro noites) e sextas-feiras (rio Solimões, três noites)

Embarque:
Manaus (AM)

Valor:
diária a partir de R$ 653 por noite, por pessoa, em apartamento duplo

(*) O repórter viajou a convite da Iberostar

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Fonte: IG

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